Legado

Relembre alguns dos trabalhos de destaque conduzidos por Milder

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O professor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Saul Eduardo Seiguer Milder, que morreu no começo desta manhã em Santa Maria, deixou um importante legado para o Estado na área da pesquisa arqueológica. Relembre alguns dos trabalhos de destaque conduzidos por Milder:

- Pesquisadores da UFSM, entre eles, o professor Saul Milder, encontraram, em São Martinho da Serra, em 1995, ossadas que podem ter pertencido a maragatos que foram degolados durante a Revolução Federalista. Elas estavam escondidas em um cemitério que havia sido desativado, anos antes do conflito. Segundo Milder, que participou dos trabalhos por 10 anos, também havia resquícios de uma fortificação espanhola, da época em que São Martinho era uma área pertencente à Espanha, mas casas foram construídas sobre ela. Com isso, o único resquício de toda a história que teve como palco a cidade é uma espécie de monumento, a Cruz dos Degolados, que fica no Perau Velho de São Martinho. No local, 12 maragatos teriam sido degolados _ forma comum de matar os inimigos na época _, em 1894, durante a Revolução Federalista

- Em fevereiro de 2009, um grupo de 11 arqueólogos da UFSM e da Universidade de São Paulo (USP) encontraram fragmentos de cerâmica e pedras lascadas pontiagudas no interior de Nova Palma. As escavações revelaram que o vale do Rio Soturno foi habitado por índios guaranis vindos da Amazônia há aproximadamente 1.250 anos. A descoberta ajuda a montar o quebra-cabeça do povoamento do solo gaúcho. Estudos anteriores comprovaram que o povo guarani se fixou no entorno do vale do Rio Jacuí. A novidade, revelada pela escavação, é que a população não ficou só no grande rio. À medida em que o grupo aumentava, houve a necessidade de procurar áreas alternativas, que seria o correspondente à periferia de uma grande cidade. Pelo material encontrado, as cerâmicas serviam como utensílios domésticos, e as machadinhas como instrumentos para derrubar a mata e fazer roças. O grupo vivia de caça, pesca e agricultura. Para os pesquisadores, o mais provável é que os índios tenham deixado a área em função de uma mudança climática chamada de "pequena idade do gelo", com redução média entre 2ºC e 4ºC na temperatura. A queda afetou a vida na comunidade, reduzindo a quantidade de alimentos e animais

- No final de julho de 2010, o professor da UFSM e doutor em Arqueologia, Saul Eduardo Seiguer Milder, confirmou que pedras encontradas em um sítio em Pinhal Grande tratavam, na verdade, de pontas de lança, raspadores (facas), pedras de boleadeiras e talhadores (machados). O material pertenceu a um grupo de 35 a 50 índios que viveu no local há aproximadamente 4 mil anos. À época, conforme o professor, a partir de um fragmento de cerâmica encontrado, foi levantada a hipótese de que o local fosse um cemitério indígena

- Ainda em julho de 2010, começaram as escavações feitas pelo Laboratório de Estudos e Pesquisas Arqueológicas da UFSM, liderados pelo professor Milder, nas ruínas da Fazenda Santa Clara, em Quaraí, na Fronteira Oeste do Estado. Em fevereiro de 2012, foi encontrado artefato de 8 centímetros de comprimento e 3,5 centímetros de espessura (como um "canivete suíço"), de 14.920 anos atrás, referente ao período glacial. Encontrados também no Piauí e no Mato Grosso e com registro ainda no extremo sul do Chile, os objetos achados pela equipe reforçaram a teoria dos pesquisadores da UFSM de que a ocupação da América não se limitou à América do Norte _ e que teria ocorrido também em outras partes da América

 

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